A rotina para a maioria das pessoas da Vila parecia a mesma, exceto para o seu Artur da vendinha, o padre Inácio, a professora Neusa e a beata Rosa, que cuidava da igreja...
Para os demais, a lida era com a lavoura, os animais e tudo o que se referia a vida na roça.
Mas havia outra exceção, o pai de Heidi ("Haidi" ela corrigia a pronúncia, principalmente quando estava de mau humor).
Papai ocupava o tempo ocioso com a leitura, lia sempre, lia muito!
Não tivera oportunidade de frequentar por muito tempo a escola, repetia pensativo, mas desde cedo aprendeu o gosto pelos jornais e livros e quando faltavam, relia tudo novamente. Também era criticado por isso, afinal, que serventia teria toda essa "cultura" aqui na Vila!
Heidi o observava, estava um pouco arqueado para frente, com as pernas entreabertas e na mão, o jornal. Era sua posição favorita, por vezes parava um pouco, se espichava e depois voltava à leitura. Ficava assim, absorto...
Costumava repetir:
- Ler, faz você viajar para todos os lugares, sem sair da cadeira!
Vendo-o assim tão entusiasmado, Heidi até se animou, quem sabe a escola não seria tão monótona como pensava, afinal ler e escrever poderia ter lá suas vantagens...quem sabe poderia ir como seu pai, para outros lugares mágicos, além do seu "bosque"...
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