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Aos domingos!



 Logo cedo, a família despertava para ir até a igreja assistir a missa do padre Inácio.

O pároco era um homem de baixa estatura, beirando seus sessenta anos. De costas parecia um menino, não fosse a careca. Conhecido como "bom de garfo", o que explicava suas formas  arredondadas. Uma figura um tanto quanto indecifrável, irriquieto, um pouco evasivo, tinha o discurso na ponta da língua, decorado, para tudo, desde as saudações aos seus paroquianos, o sermão, o adeus e até a próxima...nada de novo...enfadonho...

Heidi não conseguia evitar, bocejava, de sono e de tédio. Enquanto o ritual se desenrolava já havia fugido dali dezenas de vezes. Um beliscão da mãe era o sinal que precisava voltar. 

Mais adiante uns dez bancos, estava Rosa, a secretária do padre, figura popular, carismática. Mulher de meia idade, corpulenta, totalmente dedicada às atividades de manutenção da igreja e da residência que dividia com o pároco. Lavava, passava, cozinhava, cuidava da horta, dos animais, enfim, pau para toda obra. Ahh...tinha cheiro de leite...

 Estava concentrada, cabisbaixa, parecia que cochilava... sempre com balas nos bolsos, distribuídos no final da cerimônia, lá fora, no pátio, para todas as crianças boazinhas que haviam comparecido. Certamente ela sabia que certos rituais precisavam de alguma compensação no final, caso contrário os dissidentes no futuro seriam inúmeros. 

 Heidi a fitava fixamente, seria divertido ouvir um ronco ou suspiro, o que já havia acontecido outras vezes, mas desta vez não foi agraciada.

Apesar da falta de criatividade do cenário, das pessoas e da celebração eucarística, ela até simpatizava com a figura do sacerdote, com seu jeito meio travesso, de olhos muito azuis. É provável que comungassem as mesmas impressões sobre o que acontecia todos os domingos, do cenário melancólico, pitoresco, cheirando a naftalina e mofo, quem sabe...

Ao final, todos regogizados ante a sensação do dever cumprido, se dispersavam. Padre Inácio se despedia e saia a passos rápidos e miúdos, como quem já estava atrasado. Olhando-o assim a sair quase correndo, sentiu uma simpatia inexplicável por ele...

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